Tavor – Parte 2

Tavor 2

As alterações no Tavor para a criação do MTAR fez com que a caixa da culatra fosse diminuída sem perder a funcionabilidade da arma. A única limitação era o comprimento do cano que era demasiado curto para o que se propunha. Isso fez a IWI pensar em uma versão do Tavor mais moderna, uma versão menor, com canos diferentes e a troca rápida de miras.

Tavor 2 MTAR.

Essa nova versão é apresentada em 2002, chamada de Tavor 2 e teve uma mudança um pouco mais extrema. A começar, some o guardamato que cobria a mão e adotam um guardamato só para o dedo. Isso se mostrou um problema porque todos os soldados reclamavam que se perdia parte do apoio da arma já que a parte da frente do guardamato antigo funcionava como apoio. Ficou mais incômodo de empunhar a arma, já que as mãos ficavam muito próxima uma das outras. Além disso, foi retirado o retém do carregador ambidestro da frente do carregador e foi adicionado um retém logo acima do carregador no lado esquerdo. Assim também foi com a alavanca de manejo, que antes era localizada acima no lado esquerdo e passa para o lado esquerdo da caixa da culatra.

Foi incluído um adaptador para um trilho picatinny unicamente para miras. Esse modelo inicial foi muito criticado porque era um retrocesso a forma de como se trocava o carregador. Para piorar, a caixa da culatra apresenta uma linha mais reta, expondo mais o retém do ferrolho. Mais tarde, um novo modelo é lançado com um retém do carregador ambidestro localizado acima do gatilho e o trilho picatinny é aplicado por toda a parte de cima distal da caixa da culatra. Essa versão se mostrou mais consolidada e isso serviu de base para uma versão carabina e uma versão fuzil de assalto.

Soldado costa-marfinense com um Tavor 2.

Essas armas foram adquiridas em pequenas quantidades em 2004 e a aceitação não foi tão boa como as versões iniciais do Tavor. Os soldados não gostavam muito da nova empunhadura porque incomodava mais para manter a posição de tiro. Essa nova versão passou a ser chamada de MTAR-21. Como não se usaria mais a mira MARS, não havia mais a necessidade do botão no lado esquerdo do guardamão.

Tavor 2 carabina.

Em virtude da limitação de emprego do MTAR original, em que a arma tinha uma precisão baixa para um cano muito curto e, além disso, a tendência a esquentar muito em virtude do calibre 5,56 x 45 mm, a IWI repensou o conceito. Não era mais interessante manter uma arma com calibre de fuzil para desempenhar uma submetralhadora. Desta forma foi feita uma versão em calibre 9 mmP. Para esta versão, um kit alterava apenas o grupo do ferrolho, cano e carregador, fazendo a arma funcionar com blowback. Essa arma se mostrou muito mais prática em virtude do calibre, com uma precisão maior e sem superaquecimento. Por se tratar de uma arma para curta distância, não havia a necessidade de um calibre de fuzil de assalto.

 

X95

Em 2010 a IWI viu que o Tavor não havia atingido a plenitude da modernização da forma que estava. O MTAR-21 passou por um refinamento para chegar a um novo modelo. Em 2011 é apresentado o X95, abandonando a tradicional nomenclatura. Inicialmente, eram versões de carabinas curtas e submetralhadoras. Entretanto, o projeto se expandiria para outros tamanhos com novas funcionalidades. Enquanto que a carabina com cano de 330 mm se chama X95, a versão fuzil de assalto com cano de 420 mm se chama X95-L. A versão submetralhadora tem dois modelos, X95SMG, com cano de 330 mm e X95S-SMG, com cano de 275 mm.

X95 profusamente equipado.

Visualmente falando, o que chama a atenção é a volta do guardamato que cobria a mão inteira. Isso oferece um melhor apoio em virtude da posição que as mãos ficam em relação ao flexionamento dos braços. Isso dá mais estabilidade para o disparo. A própria empunhadura ficou um pouco mais reta para ajudar com isso. O que alguns soldados perceberam é que esse guardamato tem uma distância menor com o gatilho. Se o soldado está usando luvas grossas, pode ser que ele tenha problemas para encaixar o dedo no gatilho sem bater no guardamato. Cabe mencionar que os primeiros modelos do X95 tinham o antigo guardamato convencional. E como nos modelos anteriores, o retém é ambidestro e localizado acima do gatilho. Entretanto, a posição é um pouco mais próxima do gatilho. Soldados que tem a mão grande reclamam que é mais difícil de acionar esse retém com o 2º dedo.

Finalmente o Tavor passa a ter um verdadeiro seletor de disparo ambidestro localizado acima da empunhadura. O Tavor sempre foi anunciado como totalmente ambidestro, mas, a bem da verdade, não era. Caso o soldado quisesse, teria que posicionar para o outro lado o seletor. Agora isso não é mais necessário. Um ponto negativo ainda continua sendo o retém do ferrolho que ficou mais exposto na caixa da culatra. Isso se dá porque a caixa da culatra tem um desenho mais reto e retangular. Isso torna uma arma de dimensões menores, o que ajuda muito na portabilidade. Isso fez com que a chapa da coronha fosse menor também. Embora a área de contato com o ombro seja menor, em nada interfere na precisão do disparo.

Soldados israelenses com o X95.

A alavanca de manejo ficou posicionada no lado esquerdo acima da empunhadura. Isso facilitou muito a vida do soldado. Antes ela ocupava a parte de cima do lado esquerdo da caixa da culatra. Isso limitava o uso dos trilhos picatinnys que, agora, passa a ter amplo uso. Há um grande trilho na parte de cima da caixa da culatra. Há embaixo do guardamão e nas laterais também. Na parte de baixo e laterais existe uma tampa que plástico que a cobre a todo o momento. Basta deslizar a tampa que os trilhos ficam expostos. Isso é muito prático porque o trilho está agora permanentemente acoplado ao fuzil, não necessitando instalação e desmontagem após missões. Basta acoplar o acessório e pronto.

Levando em conta uma maior precisão, o gatilho ficou mais leve em virtude do novo grupo do gatilho. Esse grupo de gatilho já havia sido testado com o modelo STAR e os soldados viram que realmente ajudava na precisão, ainda mais em tiros semiautomáticos consecutivos. Os últimos fuzis estão sendo entregues com carregadores de plástico com uma janela para visualizar a quantidade de cartuchos restantes. O uso do silenciador na versão carabina tem se mostrado muito útil porque mantém uma arma silenciosa com um maior poder de parada e alcance já que esse sistema tende a diminuir esses dois pontos.

X95 em sua 1ª versão.

O X95 foi anunciado como fuzil padrão em 2009, onde substituiria todos os fuzis de assalto das tropas israelenses. E será esse fuzil que irão receber até 2019, quando acabará o programa de entregas. Aqui há que fazer uma distinção. Em 2009 Israel já usava pequenas quantidades do MTAR-21. Embora parecida com o X95, eram armas diferentes. O X95 foi anunciado em 2009 e suas entregas começaram no final de 2011.

 

Entrada operacional

O Tavor teve uma estreia operacional muito conturbada. Ele surgiu justamente quando Israel continha seus investimentos nas suas forças armadas. Israel havia acabado de comprar o M4A1 via FMS a condições de pagamento mais favoráveis. Em 2002 não tinha como Israel garantir um grande contrato de compra do Tavor. Essa situação abre espaço para uma série de interpretações errôneas.

Soldados israelenses com o Tavor.

Ao contrário do que muitos pensam, Israel não recebe armas de graça dos EUA. No programa Foreign Military Sales – FMS, Israel recebe armas por um valor igual de mercado onde tem maiores facilidades de pagamento. Israel não recebe um grande desconto, mas sim paga o valor praticado para outros clientes. Um M4A1 custa algo em torno de 1.100 dólares sem nenhuma mira. Quando os israelenses finalizaram o Tavor, ele custava quase 1.000 dólares, chegando a ser mais barato que o M4A1. A questão da dotação do M4A1 jamais foi técnica e sim política porque sairia mais barato comprar o Tavor do que o M4A1. Os israelenses reclamam muito do alto índice de falhas do M4A1 e quanto ao Tavor são só elogios.

A IWI chegou a pensar na compra do Tavor via FMS. Pode parecer estranho, mas o plano não era ruim. Para que os EUA vendessem armas a condições de pagamento mais amplas, o material exportado tinha de ser 50% fabricado em território americano, pelas leis americanas para o FMS. O plano da IWI era fazer 50% do Tavor nos EUA e de lá importar para Israel para ser finalizado com os outros 50%. Isso permitiria os EUA a vender o Tavor para Israel em condições de pagamentos iguais aos praticados com o M4A1. Entretanto essa ideia depois foi logo abandonada porque a IWI não tinha garantias que Israel iria comprar o fuzil.

Soldados israelenses com o Tavor. Note o lançador M203 acoplado ao X95.

Bem naquela época, 2002, o governo israelense anuncia que não compraria nenhum Tavor em virtude dos cortes orçamentários e de que a IDF não precisava urgente de um novo fuzil de assalto, ainda mais quando estavam recebendo seus primeiros M4A1. Isso fez a IWI vir a público dizer que caso o governo israelense não comprasse o Tavor, a IWI não teria opção a não ser fechar as suas portas. Isso fez um efeito e o governo israelense comprou pequenos lotes de Tavor e suas versões para uso. Entretanto, a quantidade de armas compradas era mínima, o que ia de encontro à ideia de substituir todos os fuzis pelo Tavor.

Em 2006 novas compras são feitas, em uma quantidade maior, mas além do mínimo necessário. Essas novas armas visavam as tropas especiais e órgãos de segurança que receberam esse fuzil com muita satisfação em virtude do desempenho inferior que o M4A1 apresentava. Ocorreu de algumas unidades receberem um pequeno lote de Tavor para substituir os M4A1 e o índice de satisfação foi alto. Entretanto, tiveram de voltar aos M4A1 porque na compra dos fuzis não havia sido feita a logística das peças e manutenção. Isso foi um problema porque o moral da tropa ficou baixo ao terem de voltar para um fuzil de assalto inferior quando podiam usar um feito em território nato.

Em 2009 finalmente é anunciado que o Tavor substituiria o Galil e toda família M16. Isso veio em boa hora porque as tropas israelenses já reclamavam muito das limitações do M4A1. Em 2009 é oficialmente decidido trocar todas as armas. Entretanto, essa substituição seria de forma gradativa, com a substituição total finalizada em 2019. Pode parecer muito tempo, mas temos de recordar que Israel opera uma grande quantidade de carabinas M4A1 relativamente novas e os poucos Galil em uso, ao contrário do que se pensa, são excelentes fuzis de assalto que tem ainda duas décadas fácil de uso.

Soldado israelense com uma das primeiras versões do X95 com o antigo guardamato.

A transição para o Tavor foi mais fácil do que se pensava e o fato de ser uma arma bullpup facilitou, e não complicou, o retreino dos soldados. A partir de 2012 todos os reservistas já começavam seus treinos com o Tavor, sendo que os fuzis da família M16 iam dando baixa a cada ano.  O fuzil se mostrou apto para todas as condições de uso por parte do exército israelense.

O Tavor logrou um bom índice de exportação. 34 países importaram o Tavor para seus exércitos e órgãos de segurança. O Tavor é operado em várias intempéries climáticas, como países áridos, com grandes desertos, com neve, com baixas temperaturas, com grande umidade e calor como os países tropicais e se mostrou um ótimo fuzil. Destaque para a Ucrânia que o utilizam no calibre 5,45 x 39 mm, sendo que a versão ucraniana é feita sob licença.

 

Tavor TAR-21

Calibre: 5,56 x 45 mm SS109
Comprimento do cano: 457 mm
Comprimento total: 725 mm
Cadência de disparo: 700-850 dpm
Peso: 2,8 Kg
Carregador: 30 cartuchos

Tavor X95-L

Calibre: 5,56 x 45 mm SS109
Comprimento do cano: 419 mm
Comprimento total: 670 mm
Cadência de disparo: 700-850 dpm
Peso: 3 Kg
Carregador: 30 cartuchos

 

Como Funciona

O Tavor é um fuzil de assalto operado por pistão de longo curso. O pistão é integrado ao transportador do ferrolho, em uma peça única, embora o pistão possa ser solto do transportador. Após o disparo, os gases percorrem o cano e entram em um orifício que direcionam esses gases a um êmbolo acima do cano. Nesse êmbolo existe um pistão ligado ao transportador do ferrolho. Os gases comprimem esse pistão para trás. Nesse momento, uma trava do ferrolho é acionada e o ferrolho é rotacionado para a esquerda, onde os ressaltos se alinham com as aberturas da base do cano. Com o movimento de retrocesso, ele se solta da base do cano e inicia o movimento para trás.

O extrator expele a cápsula pela janela de ejeção, enquanto vai comprimindo a mola recuperadora para trás. Ao chegar ao final do seu curso, a mola recuperadora começa a empurrar o transportador do ferrolho para frente. Nesse momento, o ferrolho empurra um cartucho do carregador para a câmara do cano, enquanto se locomove para frente. Após isso, os ressaltos do ferrolho passam pelas aberturas da base do cano, rotacionando o ferrolho para o lado direito, acionando a trava do ferrolho e travando o ferrolho na base do cano. O fuzil está pronto para o próximo disparo.

 

Tavor 7 AR

Em 2017 é anunciada uma nova versão do Tavor em 7,62 x 51 mm, o Tavor 7. O 7 é de 7,62 mm. Essa versão surgiu por dois motivos. A necessidade da IDF de ter uma arma com maior poder de parada e alcance que os fuzis em 5,56 x 45 mm não conseguem. Um fuzil DMR em 7,62 x 51 mm tem se mostrado muito útil nos últimos 10 anos. Isso também foi notado pelos países que estiveram lutando no Iraque e Afeganistão, onde tiveram de se valer de armas em 7,62 x 51 mm em regiões planas e mais abertas, quando os soldados eram engajados a distâncias em que o calibre 5,56 x 45 mm não dava muito desempenho. A IWI viu a necessidade da IDF de uma arma dessa categoria assim como já mirou o mercado internacional por uma arma moderna dessa categoria citada. Basicamente mantém as mesmas características do Tavor em 5,56 x 45 mm, como o uso de trilhos picatinny, o amplo uso de polímeros e a possibilidade de alterar a posição da alavanca de manejo e janela de ejeção.

Tavor 7.

O Tavor 7 não visa substituir um fuzil de assalto regular e sim oferecer uma arma dedicada ao DMR, uma categoria em que se visa um maior alcance e precisão, provendo uma maior cobertura para o pelotão. Além do mais, também pode ser usado como um fuzil de precisão, como fora o Galil Sniper ou outras armas dessa categoria. Embora de calibre maior, o alcance eficaz para o Tavor 7 é da ordem de 600 metros, que é a média que um soldado médio treinado consegue. Em virtude do calibre maior, algumas alterações tiveram de ser feitas no layout do Tavor. A própria caixa da culatra passa a ter um novo formato, onde a chapa da coronha tem uma área maior de contato com o ombro, assim como volta o desenho antigo da parte de baixo da caixa da culatra onde o retém do ferrolho fica mais protegido.

A maior diferença interna é em relação ao mecanismo de operação. Embora usando ferrolho rotativo, o Tavor 7 passa a usar o sistema de pistão de curso curto ao invés do pistão de longo curso. Isso se dá porque o 7,62 x 51 mm gera uma energia maior que seria muito mais pronunciada com um grande pistão solidário ao transportador do ferrolho. Com o pistão de curso curto, os gases comprimem um pequeno pistão que, por sua vez, bate no transportador do ferrolho, movimentando-o de forma independente. Isso gera uma menor energia no transportador que, por sua vez, gera uma menor energia de recuo ao soldado.

O Tavor 7 equipado com supressores de som para ações especiais.

E em virtude da maior energia do 7,62 x 51 mm, é incluído no êmbolo do gás um controle de gás de 4 posições, onde se altera em virtude da necessidade do soldado, podendo até trancar a passagem de gás. Isso é importante em virtude das condições que o soldado irá operar a arma. E, também em virtude dessa maior energia, foi alterado o quebrachamas por um compensador. No Tavor em 5,56 x 45 mm, o quebrachamas visa diminuir ao máximo a quantidade de chamas do disparo. O efeito de compensador não influi tanto em virtude do baixo recuo relativo. Entretanto, como o 7,62 x 51 mm gera uma energia maior, a prioridade é atenuar esse recuo na forma de um novo compensador, onde direciona parte dos gases em sentido contrário ao recuo, atenuando em partes o recuo da arma, o que gera uma menor dispersão com maior precisão.

O grupo do gatilho é diferente e não é intercambiável com os outros fuzis da família Tavor. Embora diferente, ele mantém a mesma suavidade e leveza do grupo do gatilho usado na família X95. Trata-se de um novo gatilho de dois estágios que torna o disparo mais suave e preciso, o que é muito desejado para uma arma DMR ou sniper. E visando também o conforto do soldado, que por sua vez reflete na precisão, a empunhadura é customizada, onde a sua parte traseira pode ser destacada para a inclusão de outras partes de dimensões diferentes.

Outra novidade é o recesso no final da abertura lateral da alavanca de manejo. Assim como no antigo HK G3, há um recesso em que o soldado puxa a alavanca de manejo e a prende atrás, estando a todo o momento travada. Em caso de necessidade, basta o soldado dar um leve golpe na alavanca de manejo que ela automaticamente vai para frente, destravando o fuzil e tornando-o apto ao disparo.

Tavor 7.

A troca da janela de ejeção ficou mais simples em relação aos modelos do Tavor em calibre 5,56 x 45 mm. Agora o procedimento é mais simples, sem necessidade de ferramentas ou abrir a arma. Para tanto, usa-se a base defletora como ferramenta. Se o soldado quer alterar para o lado esquerdo a janela de ejeção. Do lado esquerdo, a tampa defletora estará posicionada à frente da janela de ejeção. Pega-se essa tampa, puxa para trás até o fim. Nesse momento, gira-se a tampa em 90º e ela travará atrás com a janela de ejeção livre para o lado esquerdo. No lado direito da arma, o soldado puxa a base defletora, girando 90º, puxa para frente e a trava, fechando a janela de ejeção do lado direito. Assim a arma passa a ejetar os cartuchos para o lado esquerdo. Esse procedimento é feito vice-versa.

A alavanca de manejo também pode ser alterada, entretanto, necessita de um procedimento com uma ferramenta, onde a ponta do cartucho serve como tal. Puxa-se a alavanca de manejo até meio curso. Na abertura lateral, coloca-se a ponta de um cartucho ou uma ferramenta, onde se aperta uma base com uma mola. Isso vai soltar a alavanca de manejo. Desta forma se coloca ela no outro lado e basta apertar na mesma base que ela ficará travada e pronta para uso.

Tavor 7. Note a disposição do trilho picatinny no guardamão.

O trilho picatinny não é disposto somente sobre a caixa da culatra e guardamão. Ele também é adicionado na parte de baixo do guardamão. Entretanto, ele é coberto por uma tampa de borracha que o soldado desliza para usar o trilho. Os primeiros modelos do Tavor tinham que ficar diretamente nessa parte da arma. Além do mais, em virtude da grande potência do calibre 7,62 x 51 mm, o Tavor 7 tem um regulador na ponta do embolo de gases. Novamente, com a ponta de um cartucho, o soldado pode regular a quantidade de gases a ser tomada pelo êmbolo.

Esse fuzil ainda é relativamente novo e não foi adotado por ninguém até a data de janeiro de 2018. Entretanto, desnecessário dizer que será mais uma versão que conseguirá exportações facilmente. Ocorre que o Tavor 7 foi pensando em trazer novas funções e praticidades que não se tinha na família Tavor e X95 antes. Não seria nenhum espanto que as versões vindouras do Tavor e X95 viessem influenciadas pelo Tavor 7.

 

Tavor 7

Calibre: 7,62 x 51 mm
Comprimento do cano: 432 ou 508 mm
Comprimento total: 730 mm
Cadência de disparo: 600-900 dpm
Peso: 4,1 Kg
Carregador: 20 cartuchos

 

Com funciona

Após premir o gatilho, o cão acerta o percussor que está localizado dentro do ferrolho e, por sua vez, acerta a espoleta do cartucho. Ao deflagrar, os gases percorrem o cano e entram em um orifício situado na parte de cima do cano. Os gases são captados em um êmbolo onde pressionam um pistão interno. Esse pistão, com a energia dos gases, faz um curto recuo (por isso que se chama pistão de curso curto), batendo no transportador do ferrolho que está travado à base do cano. Nesse momento, uma trava do ferrolho é acionada e o ferrolho é rotacionado para a esquerda, onde os ressaltos se alinham com as aberturas da base do cano. Com o movimento de retrocesso, ele se solta da base do cano e inicia o movimento para trás.

O extrator expele a cápsula pela janela de ejeção, enquanto vai comprimindo a mola recuperadora para trás. Ao chegar ao final do seu curso, a mola recuperadora começa a empurrar o transportador do ferrolho para frente. Nesse momento, o ferrolho empurra um cartucho do carregador para a câmara do cano, enquanto se locomove para frente. Após isso, os ressaltos do ferrolho passam pelas aberturas da base do cano, rotacionando o ferrolho para o lado direito, acionando a trava do ferrolho e travando o ferrolho na base do cano. O fuzil está pronto para o próximo disparo.

 

 

Curiosidade

No começo do uso operacional do Tavor, foi pensada em uma versão especial para o lançamento de uma câmera. Para tanto era necessário o uso de um cartucho especial. Na boca do cano seria acoplada uma câmara no formato de uma granada de boca de cano. Ao disparar a câmera, ela gravaria toda a trajetória e o local onde ela cairia. As imagens seriam passadas por rádio à mira instalada na arma. Na mira, o soldado poderia ver ao vivo o que a câmara gravava ou poderia rever as imagens que a câmara gravou. Isso foi feito em virtude dos combates urbanos onde muitas vezes os soldados se deparavam com muitos prédios baixos e paredes, locais perfeitos para emboscadas. Essa versão não foi adotada.

Tavor com sistema de vídeo. Note a câmera na boca do cano.