F2000

O FN F2000 surge em um momento em que muitos exércitos ainda questionavam o conceito bullpup. A FN mostra que o conceito, além de ser completamente viável, se adequava perfeitamente para operações especiais. O bullpup da FN tem elementos que, mais uma vez, colocaram a FN na vanguarda dos fuzis de assalto. Ainda mais quando falamos de um fuzil bullpup, a FN consegue agregar novas soluções, modularidade e praticidade em um conceito bullpup, o que mostra que o bullpup não é esse caos que muitos pregam erroneamente.

 

Origens

As origens do F2000 são diferentes de outros fuzis de assalto da FN e de outras empresas. As origens remontam a outro programa da FN, o P90. Nos anos 80, as forças armadas americanas queriam uma arma que substituísse as submetralhadoras, pistolas e carabinas. O programa se chamada PDW, Personal Defence Weapon, em uma tradução livre, arma de defesa pessoal. A ideia era uma arma menor, com um calibre que tivesse um alcance maior, um poder de parada maior e que transfixasse vestimentas balísticas. Um calibre que fosse mais potente já que o 9 mmP não conseguia suprir esses requisitos.

Para esse programa de uma nova arma, um novo calibre foi desenvolvidos para que preenchesse os requisitos, surge assim o 5,7 x 28 mm. Em cima desse calibre a FN passou a pesquisar um layout de arma que fosse curto, prático e simples de operar. Ocorre que os soldados que a operariam não necessitariam dos treinos mais complexos e rigorosos dos fuzis de assalto. Com uma submetralhadora de maior potência, o treino seria completo com uma menor quantidade de tempo, sem o soldado perder a sua qualificação com a arma. E como a ideia era uma arma curta e prática, a FN viu que o ideal seria o layout bullpup, na qual o mecanismo de disparo e a alimentação da arma ficam atrás da linha da empunhadura. Isso torna uma arma mais compacta sem sacrificar o tamanho do cano e, assim, preservando as melhores características balísticas do projétil uma vez que o cano maior é mantido.

Protótipo conceitual de uma nova arma de infantaria secundária.

O mockup inicial do projeto era apenas conceitual do layout bullpup, pois a arma seria diferente. A ideia até que não era de todo ruim, pois a semelhança com uma pistola seria o máximo da portabilidade possível, entretanto, realizar a mira, assim como manter uma concentração de disparos seria praticamente impossível com o calibre 5,7 x 28 mm. Desta forma, a submetralhadora teria de ter um design um pouco mais conservador. A FN estuda bem isso e desenvolve um modelo adaptado para o mecanismo de disparo e alimentação do conceito. Ocorre que esse mockup serviu para ver como o novo sistema de alimentação seria inserido no projeto. Isso torna uma submetralhadora bullpup, realmente compacta, com amplo uso de polímero e com um carregador que se estende pela parte de cima do cano e caixa da culatra.

Protótipo conceitual de nova arma de infantaria secundária.

Em 1990 essa nova arma era apresentada ao mundo como FN P90. De início ela foi testada por vários órgãos de segurança e exércitos, mostrando-se como uma arma realmente prática, portável e precisa. Não tardou para que tropas especiais a empregassem em conjunto com fuzis de assalto em 5,56 x 45 mm e 7,62 x 51 mm. A leveza e a praticidade do design mostraram que a arma tinha se mostrado ser muito mais prática do que esperavam. Embora o novo calibre fosse promissor, ele não conseguia ter o mesmo rendimento do calibre 5,56 x 45 mm a distâncias maiores. Além do mais, o membro da tropa especial deveria ter o treinamento exclusivo da P90 e levar a munição exclusiva dela.

FNP90.

Isso fez surgir na FN a ideia de adaptar o calibre 5,56 x 45 mm à plataforma da P90 como um fuzil de assalto destinado às tropas especiais, usando o mesmo calibre dos outros. Os primeiros estudos surgiram em 1995 e de cara ficou claro que não havia como adaptar o calibre 5,56 x 45 mm no mesmo sistema da P90, seja pelo tamanho da munição, que tornaria a arma demasiada larga, seja pelo sistema de operação, já que a P90 usa o sistema blowback, seja pela posição do carregador, que tomaria um grande e cômodo espaço. Desta forma a FN adapta o conceito do fuzil de pistão de curso curto no desenho bullpup, seguindo as mesmas ideais ergonômicas da P90. O FN F2000 é apresentado oficialmente em 2000.

 

 

FN F2000

O F2000 surgiu, em um primeiro momento, como um fuzil de assalto destinado às tropas especiais e órgãos de segurança, com base nas linhas e soluções ergonômicas da P90. Trata-se de um fuzil de assalto de ferrolho rotativo com ação de pistão de curso curto e amplo emprego de polímeros.

Há que ser feito um esclarecimento sobre o F2000. Ele não surgiu como um substituto do FNC. Quando o F2000 foi lançado, não tinha nem 10 anos que o FNC havia sido entregue em sua totalidade para o exército belga. Levemos em conta que um fuzil tem uma vida média de 30 anos. O F2000 surgiu para as tropas especiais terem uma arma mais capaz que a P90 em ações militares, mantendo uma arma curta e com mesmo desempenho balístico de um fuzil de assalto comum. Muitos acreditam que o F2000 surgiu como um substituto. A bem da verdade nunca fora, seria muito custoso para a Bélgica trocar todos os seus fuzis de novo, fuzis estes considerados novos e com pouco tempo de uso. Daí vem a falsa alegação de que a Bélgica não o adotou pelo conceito bullpup, quando na verdade, não o adotou por ter em seus estoques milhares de fuzis FNC relativamente novos.

F2000.

Desde o começo o F2000 foi idealizado para o uso de uma mira reflexiva. Esse tipo de mira ajuda o soldado na resposta de tiro, já que uma arma de configuração de linha reta com uma mira reflexiva na altura correta torna a resposta do soldado mais rápido. Para tanto, a versão standard do F2000 vem com uma mira reflexiva de 1,6x, onde há um pequeno retículo preto no meio da lente. Esse ponto de mira está graduado para até 300 metros e o soldado pode disparar com os 2 olhos abertos. O F2000 desde o começo foi projetado para poder trocar essa mira sem comprometer o uso da arma. Em caso de emergência, existem 2 miras fixas retráteis que são graduadas para até 150 metros.

F2000.

No começo uma mira especial fora produzida para o F2000. Tratava-se de uma mira computadorizada onde auxiliaria o soldado com mais três funções. A mira normal de um fuzil de assalto, um telêmetro laser para medir a distância exata do alvo e um computador para cálculo de lançamento de granadas. Com o telêmetro laser, o soldado vê a distância exata do alvo. Ao posicionar o retículo sobre o alvo, ele faz a angulação do fuzil que o computador da mira fará o cálculo do ângulo do disparo. Quando o ângulo estiver correto, uma luz verde é acessa sinalizando ao soldado que está apto ao disparo. Caso não esteja, uma luz vermelha fica acessa até ficar verde, momento este que o soldado irá disparar a granada com um alto índice de acerto do alvo.

F2000 com a mira computadorizada.

Esse sistema era viável mas complexo e muito caro. Isso tornaria a arma muito mais cara e esse sistema não era feito na Bélgica e sim na Finlândia. Outro problema dessa mira era o volume dela, que era considerado muito grande para um soldado carregar. E por fim, em testes de campo ficou visto que o sistema consumia muita energia elétrica e as baterias não duravam muito. A troca dessa bateria não era nada fácil, o soldado tinha que tirar a mira do fuzil, desmontar parte dela e trocar a bateria. Esse sistema de mira no final foi abortado e não passou de protótipo.

A modularidade foi incluída desde o início do projeto. O FN2000 parece um bloco sólido. Entretanto, ele é modular. O soldado pode destacar a mira e colocar outros tipos de miras, como reflexivas, telescópicas, noturnas ou termais, assim como outros acessórios por intermédio de um trilho picatinny. A mesma coisa acontece com o guardamão. Essa parte pode ser tirada sem ferramenta nenhuma e o soldado pode acoplar um lançador de granadas, uma empunhadura vertical ou outros acessórios. Ainda mais, pode colocar um novo guardamão com lanterna ou apontador laser embutido.

Soldado belga treina com um F2000.

O F2000 mantém o mesmo método do FNC, mecanismo de pistão de curso curto. Porém, com uma pequena modificação. Após os disparos, os gases vão para o êmbolo e pressionam com força um pequeno pistão. Este, por sua vez, bate em um pistão maior que está integrado ao transportador do ferrolho. Assim, também, como no FNC, a mola recuperadora está em volta do pistão maior e não atrás do transportador do ferrolho. Entretanto, o ferrolho passou por mais modificações que o tornaram mais complexo. O ferrolho tem um desenho técnico diferente e para desmontá-lo e limpá-lo não é uma das tarefas mais fáceis. Se o soldado tiver que fazer uma manutenção no ferrolho, a situação é pior porque existem mais peças pequenas. Isso exige um treinamento e cuidado maior.

Uma das maiores inovações do F2000 foi o seu singular sistema de ejeção. O F2000 não tem janelas de ejeção laterais, mas sim uma janela interna no lado direito da arma. Ao lado direito do cano e um pouco acima, há um tubo para o escape das cápsulas. Internamente, há um arranjo mecânico no ferrolho. Após o disparo, o extrator puxa a cápsula para fora da câmara do cano, como em qualquer fuzil. Quando o ferrolho retrocede em virtude do recuo do disparo, uma rampa desce desse tubo direito. Uma haste, presa em cima do ferrolho no lado direito, empurra a cápsula para essa rampa. À medida que o ferrolho vai indo para frente pela ação da mola recuperadora, essa haste empurra, juntamente, a cápsula para esse tubo. Quando o ferrolho finalmente chega à base do cano e trava os ressaltos, essa rampa é deslocada para cima, junto com a haste.

F2000. Note a cápsula recém ejetada da janela de ejeção distal.

Após o próximo disparo, o ciclo se reinicia. O ferrolho vai para trás junto com a haste, a rampa de acesso ao tubo desce. Com o movimento para frente do ferrolho, a haste empurra a cápsula para esse tubo. O ferrolho é travado na base do cano e a rampa levantada. Isso ocorre para todo disparo. No tubo ao lado as cápsulas vão se amontoando, uma atrás da outra. Quando se juntam 6 cápsulas, só então elas são expelidas pela janela de ejeção que está na frente, do lado direito, na altura do guardamão. Em qualquer ângulo, a haste vai empurrar a cápsula para fora. Como o diâmetro do tubo é pouca coisa maior que a cápsula, a própria energia do ferrolho pela mola recuperadora empurra essas cápsulas vazias.

Mesmo em regime automático, o sistema funciona sem panes porque, a cada disparo no automático, a haste empurra a cápsula para o tubo. É um sistema que se usa a ação da mola recuperadora junto com o ferrolho. Esse sistema de ejeção se mostra formidável porque assim não tem problema de uso de destro ou canhoto. Sem falar que não há que se alterar janela de ejeção de posição. Além disso, esse sistema de ejeção ajuda a manter escondida a posição do soldado. As cápsulas ejetadas para cima e para o lado muitas vezes revelam a posição do soldado que está atirando. Assim o soldado fica mais oculto.

Tropas especiais belgas com o F2000 no Afeganistão.

Ao contrário do FNC, o F2000 não tem mais o sistema de burst. Isso não tem mostrado tanta vantagem operativa, ainda mais com uma baixa cadência de disparo que torna inviável o conceito da maior probabilidade de acertos com 3 disparos seguidos. Além do mais, seria mais um regime para o pequeno seletor do F2000. O quebrachamas também é diferente, não sendo mais o velho padrão FAL. O quebrachamas é mais curto, visando, primordialmente, dissipar as chamas sem focar no efeito compensador. Ele tem um formato mais aberto em cima para lançar parte dos gases para cima, atenuando um pouco a subida da arma em virtude do recuo. Esse efeito compensador é mínimo já que o quebrachamas não foi feito para isso.

Mantendo a mesma linha do FNC, o F2000 não deixa o ferrolho aberto após o último disparo, o que é ruim para o soldado, pois ele não sabe se foi pane ou se acabou a munição. Entretanto, pelo projeto da arma não teria como o soldado saber porque, a todo o momento, a janela de ejeção está coberta pela caixa da culatra e assim o soldado não tem como ver nada. O soldado terá que acionar mais uma vez a alavanca de manejo após o último disparo para ter certeza que acabou a munição e não se trata de uma pane. A alavanca de manejo não é ambidestra, está localizada no lado esquerdo da arma.

Soldados peruanos em treino com o F2000.

Há um recesso atrás do trilho da alavanca que o soldado pode deixá-la puxada para trás e presa, travando a arma. No momento devido, o soldado dá um tapa na alavanca e ela vai para frente, destravando a arma e ficando pronta para o disparo. Como a alavanca de manejo não é solidária ao transportador do ferrolho, ela não se locomove a cada disparo. Isso faz parte do projeto de selagem do fuzil. O fuzil foi feito para ser o mais resistente e imune a sujeira. A janela de ejeção é tampada. O fosso do carregador tem um anel de borracha que impede a entrada de sujeira de fora. O trilho lateral da alavanca de manejo também fica a todo o momento fechado, só se abrindo rapidamente quando o soldado a manipula. Isso se mostra como uma proteção perfeita contra sujeira e poeira. Desta forma, as únicas partes que expõe a arma internamente são duas tampas, a de ejeção e a tampa de verificação da câmara do cano.

A tampa de verificação da câmara do cano foi uma necessidade. Como a janela de ejeção fica constantemente tampada, o soldado não tem como ver a câmara do cano e ferrolho por ela. A FN colocou na parte de cima do fuzil uma pequena tampa. Em caso de pane ou necessidade de ver a câmara do cano, o soldado pode abrir essa tampa e ter acesso por cima. Isso tem se mostrado muito prático, porém se, por exemplo, uma cápsula fica travada, o soldado terá de desmontar a arma. A desmontagem é simples, um botão na lateral direita e solta o fuzil em duas partes, a de cima com o cano e êmbolo, e a de baixo, com o grupo do gatilho, pistão e ferrolho.

F2000 versão específica para a Eslovênia.

O F2000 é um dos fuzis mais cômodos e ergonômicos para se disparar. Isso se dá pelo layout bullpup combinado com o desenho técnico ergonômico e distribuição do peso. A empunhadura do fuzil é mais inclinada que as empunhaduras convencionais. Em virtude da distribuição do peso melhor, o soldado tem uma menor carga em cima da mão que empunha o fuzil. Isso permite ele ficar na posição de disparo por mais tempo sem se cansar. Isso gera para o soldado um disparo mais suave e preciso. Isso ocorre em conjunto com a distribuição do peso da arma. Como é um bullpup, a maior parte do peso está apoiada no ombro e não na mão que empunha o fuzil. Isso torna a arma mais leve e prática de se manusear. O recuo é mais controlável que em outros fuzis pelo design da arma e de como o soldado a empunha. As rajadas são mais controláveis e um soldado mais experiente e treinado consegue bons agrupamento com rajadas de 10 disparos.

O soldado terá um tempo de resposta de disparo mais rápido, assim como fazer o enquadramento do alvo. O peso do fuzil é o mesmo de outros fuzis convencionais, entretanto, a sua distribuição de peso torna a arma mais simples e prática de usar, dando a falsa impressão que é uma arma mais pesada. E para isso, o soldado conta com um dos gatilhos mais leves de um fuzil de assalto. Isso dinamita a falsa ideia de que, necessariamente, todo e qualquer gatilho de fuzil bullpup é mais pesado que os demais. Não é porque um ou outro fuzil de assalto tem esse problema é que todos os demais terão.

Tropa especial belga com o F2000. Note logo abaixo do olho do soldado a tampa de acesso ao ferrolho.

O F2000 adota o mesmo seletor de disparo da P90. Em um primeiro momento, aparenta ser mais prático. Ele tem um formato de disco e está localizado logo abaixo do gatilho na base do guardamato. Com o 2º dedo o soldado escolhe, rapidamente, qual regime de disparo quer usar. Entretanto, isso deve ser visto com cuidado. No calor da batalha, quando a adrenalina domina as ações do soldado, ele poderá acionar um regime diferente em virtude da pequena distância de rotação entre um regime ou outro. Isso é mais perigoso caso o soldado esteja usando luvas grossas. Isso é um grande ponto curioso porque no FNC o soldado não conseguia selecionar o regime de auto ou burst com o dedo porque o seletor tinha que dar uma grande volta. Agora, todos os regimes estão um bem perto do outro.

O fuzil tem um regulador de gases de duas posições, na qual se altera com a mão, sem uso de ferramentas. Há a opção de gás normal e outra que permite uma maior entrada de gás no êmbolo para condições adversas de maior sujeira ou poeira. Não há mais a opção de fechar o êmbolo porque o F2000 não dispara granadas de boca. O fuzil foi desde o começo projetado para usar lançadores de granadas. O lançador é acoplado na altura do guardamão, o soldado tira o guardamão e acopla o lançador sem a necessidade de ferramentas.

O lançador de granadas é exclusivo da FN justamente para o F2000, a GL1. Levando em conta a ideia da ergonomia, o lançador foi feito para ser o mais simples possível de operar. O gatilho dele se projeta para trás, ficando embaixo do gatilho do fuzil. Para tanto, o soldado não tem que trocar de mão para usar o lançador. Basta usar o mesmo dedo do gatilho para acionar o lançador de granadas. Isso dá uma maior praticidade e tempo de resposta, ainda mais em situações CQB. A granada é de 40 mm sai do cano a 75 m/s, com um alcance máximo de 300 metros. Entretanto, o sistema é considerado pesado, 1 Kg. Isso torna o fuzil com um peso de 4,3 Kg descarregado. Com a granada e o carregador cheio, esse peso pode chegar aos 5 Kg, o que vai de encontro com o conceito da ergonomia e leveza.

F2000 com o lançador de granadas GL1.

Como era de se esperar, a FN estabelece um padrão novo em seu fuzil, a troca do carregador. O fuzil usa carregadores padrão STANAG. O retém do carregador é uma grande tecla localizada logo atrás da empunhadura. Quando acionado o retém, o carregador não cai sozinho da arma, ele continua preso ao fosso do carregador. Então o soldado tem que tirar manualmente o carregador. Isso ocorre por dois motivos.

No fosso do carregador há um anel de borracha que veda a entrada de material de fora. Portanto, quando o retém é acionado, o carregador continua preso. Outro fator foi a segurança. A ideia era evitar que a tecla fosse acionada de forma acidental e, com isso, o carregador poderia cair sozinho. Em uma emboscada ou tiroteio, isso seria um grande perigo. Ocorre que o fuzil, na bandoleira, sempre estará com a empunhadura na altura do cinto, onde o soldado terá muitos acessórios pendurados. Para evitar o contato acidental do retém do carregador, caso ele seja acionado acidentalmente, o carregador continua na arma, dando maior segurança ao soldado.

F2000 Tactical.

Além da versão standard, a FN lançou alguns anos depois a versão Tactical. É a mesmíssima arma sem a mira reflexiva de 1,6x. Há um grande trilho picatinny na parte de cima da arma, embaixo no guardamão e nas laterais frontais do fuzil.  De resto, continua a mesma arma. Essa versão foi enviada para testes reais no Afeganistão nas mãos das tropas especiais belgas e, ao que consta, os soldados gostaram muito dessa versão. As críticas quanto ao fuzil recaem sobre o que fazer em caso de pane, já que a janela de inspeção da câmara é pequena e não permite fazer muita coisa.

F2000 Tactical. Bélgica.

A intenção da FN nunca foi vender em grandes quantidades esse fuzil quando ela já tem outros modelos mais baratos para isso. O fato de ser um fuzil de assalto para tropa especiais não quer dizer que não possa ser usado por exércitos regulares. A bem da verdade, um exército regular estará bem armado do que um fuzil de assalto convencional se levarmos em conta apenas o custo de aquisição.  Ao todo 12 países compraram o F2000 para seus exércitos e órgãos de segurança. Sendo que os exércitos que fizeram as maiores compras foram os da Arábia Saudita e da Eslovênia. O FN F2000 está numa categoria acima dos fuzis de assalto e, por isso, não é um fuzil de assalto de custo baixo, pelo contrário, ele é considerado mais caro que os demais fuzis modernos.

F2000 Tactical em uso no Afeganistão.

FN F2000

Calibre: 5,56 x 45 mm
Comprimento do cano: 400 mm
Comprimento total: 694 mm
Cadência de disparo: 850 dpm
Peso: 3,6 Kg
Carregador: 30 cartuchos

 

Como funciona

Ao apertar o gatilho, o cão é liberado batendo no percussor. Este deflagra o cartucho, fazendo com que os gases que impelem o projétil entrem em um orifício. Ao passar por ele, os gases são dirigidos a um êmbolo situado acima do cano. Neste êmbolo tem um pequeno pistão que batem em um longo pistão, na qual está ligado diretamente ao transportador do ferrolho. Os gases no êmbolo pressionam o pistão para trás. Ao fazer isso, pela inércia, o ferrolho é rotacionado para o lado esquerdo, fazendo com que os ressaltos estejam alinhados com as saliências do extensor do cano.

O ferrolho é deslocado para trás, ao mesmo tempo em que ejeta a cápsula que estava na câmara do cano e inicia o movimento de recuo até o final. A mola recuperadora, envolta do pistão de gases, puxa para frente o transportador do ferrolho porque ela está na frente do transportador do ferrolho e não atrás. Como o ferrolho agora está indo para frente, a base do ferrolho empurra um cartucho do carregador para a câmara do cano. Neste momento, o ferrolho passa pelas saliências da base do cano, virando para o lado direito, travando o ferrolho na base do cano. Neste momento, o percussor está pronto para ser acionado novamente, reiniciando o ciclo.