G36 – Parte 1

O G36 não é esse fiasco que todos pensam. Para um fuzil regular, para equipar a maioria do exército alemão, para todas as situações e condições em que se espera operar, é um ótimo fuzil. Como todo e qualquer fuzil de assalto tem os seus problemas. Foi a 1º arma de um programa alemão para dotar seus exércitos com um fuzil de assalto em 5,56 x 45 mm e, curiosamente, isso só ocorreu depois do fim da saudosa Guerra Fria.

 

Origens

No final dos anos 60 a então Alemanha Ocidental buscava um substituto para o seu fuzil calibre 7,62 x 51 mm. A intenção era um fuzil com maior probabilidade de acertos já que o calibre 7,62 x 51 mm gerava um recuo muito forte, que impossibilitava uma menor dispersão dos projéteis que, por sua vez, geraria uma maior precisão. Surge então o radical e revolucionário programa que culminou com o G11. Tratava-se de um fuzil de assalto mais leve, compacto, com uma munição intermediária e um sistema de disparo que aumentava a probabilidade de acerto no 1º disparo. O fuzil era promissor e chegou a interessar alguns países. Entretanto, com o fim da Guerra Fria e a reunificação das Alemanhas, o programa G11 se mostrou muito caro e em 1993 o programa foi cancelado.

G11.

A Alemanha foi relutante com a adoção do calibre 5,56 x 45 mm e foi um dos últimos países da OTAN a adotá-lo. Isso se dava pelo programa do G11 em andamento, já que a meta era a substituição de seus fuzis por ele. E além do mais, a Alemanha ainda tinha grandes estoques de G3 e de sua respectiva munição. Nos anos 70 e 80, enquanto durava o programa G11, vários outros países membros da OTAN partiram para o 5,56 x 45 mm enquanto que a Alemanha Ocidental apostava na sua munição 4,7 x 33 mm. Finda a Guerra Fria e reunificada a Alemanha, esta se encontrava desprovida de um fuzil de assalto com uma munição mais moderna. Ela tinha em seus arsenais o HK33 em 5,56 x 45 mm, mas em poucas quantidades e sem a intenção de armar todo o seu exército com essa arma.

No começo dos anos 90, crises econômicas e a reunificação das Alemanhas proibiram que se investisse muito dinheiro em armas leves. Ainda mais depois do dinheiro alto que foi investido no G11. Se a Alemanha quisesse um fuzil de assalto 5,56 x 45 mm, ela teria de investir uma quantidade menor de dinheiro. Seu futuro fuzil deveria ser simples e barato. Acrescente a essa panorama o fato da Alemanha ser cobrada para fazer uma maior integração com a padronização dos sistemas e medidas da OTAN. Desta forma, era claro que o fuzil deveria ser em 5,56 x 45 mm seguindo a padronização da Aliança.

Guarda alemão ocidental conversa com guarda alemão oriental em cima do muro de Berlim.

Levando em conta a história da HK, do seu conhecimento técnico e tecnologia, o que poderíamos esperar desse fuzil? Um fuzil acionado por blowback desacelerado por roletes? Um sistema que se mostrou excelente para o calibre 5,56 x 45 mm? Não. Pela primeira vez a HK quebra essa linha de mecanismo e passa a pesquisar um fuzil de assalto por ação de pistão curto com ferrolho rotativo. Mas essa era a vertente da HK? Não, não era. A Alemanha passou por várias transformações entre 1989-1990. Muito dinheiro foi cortado e a HK passou por séria crise econômica. Sem dinheiro e sem fundos, a HK foi comprada pela Royal Ordnance, uma subsidiária da então British Aerospace (mais tarde BAE System) em 1990. A HK continuaria a existir, porém com capital e parte de direção inglesa.

Isso mudou muita coisa, como será demonstrado nos parágrafos seguintes. A HK toma um rumo diferente do que tomava e passa a apostar mais em sistemas e soluções oriundas de outras armas que foram usados pelos ingleses. É a influência inglesa no projeto depois da compra da HK pela RO. Se não fosse a RO, muito dificilmente a HK teria seguido o pistão curto com ferrolho rotativo. E para isso veio a inspiração do L85 que trabalhava em cima do AR-18 com o seu mecanismo de pistão curto, que já havia sido usado no problemático programa SA80. Seria uma influência inglesa sobre os tradicionais projetos alemães?

 

Project 50

É muito difícil saber com exatidão quando começou a organização dos requerimentos do novo fuzil de assalto, mas sabe-se que foi depois que a RO comprou a HK e isso aconteceu em 1990. Desta forma o programa começou em 1991. Os alemães fizeram três requerimentos. Burst de 3 disparos, alavanca de manejo ambidestra e uma mira ótica. A base do projeto seria o sistema de pistão curto semelhante ao AR-18. O sistema seria refinado e simplificado, uma atualização para o novo sistema. E em cima disso tudo, algumas ideias do G11 seriam adicionadas.

A começar pelo peso. Se o fuzil fosse mais simples que o G11, ele poderia ser mais leve. Para tanto a HK faz o amplo uso de polímeros e plásticos de alta resistência.  Isso daria maior leveza e resistência à sujeira e elementos externos. A mira ótica pedida pelo exército se dava porque os soldados que testaram o G11 haviam achado a mira ótica muito útil e prática. Queriam manter esse tipo de mira no fuzil porque facilitava e agilizava a aquisição do alvo. Para acoplar a mira ótica, foi feita uma armação que serviu de proteção para essa mira como também serviu como alça de transporte. E por fim, a linha reta, ou ao menos ao máximo. Fuzis em linha reta, como o G11, tendiam a subir menos o cano durante o recuo porque a linha do cano estava exatamente no mesmo patamar da coronha, não tendo um desvio de coronha rebaixado como em outros fuzis. Isso dava um maior controle no recuo.

Mockup do Project 50.

O fuzil modelo recebe o nome de Project 50. Esse modelo era um demonstrador do que poderia ser o fuzil, o que estava certo e o que poderia ser melhorado. Tratava-se de um fuzil de assalto 5,56 x 45 mm, com sistema de pistão curto com ferrolho rotativo, uma coronha dobrável para a direta e um sistema de mira ótica de 3x.

Esse modelo serviu de base para um modelo inicial de testes. Aqui ele passa a se chamar HK50. Ele passa por refinamentos de cunho ergonômico, como guardamão, coronha e altura da mira. É praticamente a forma do que viria a ser o G36. A ideia inicial era fazer em cima do HK50 uma submetralhadora 9 mm P e uma metralhadora leve de apoio em 7,62 x 51 mm. Mas esses modelos logo depois foram cancelados em virtude dos maiores custos que exigiria. E esse modelo da HK surge em um ótimo momento. A Alemanha, após a reunificação, precisava dotar seu exército pela 1ª vez com um fuzil de assalto 5,56 x 45 mm. Para tanto, algumas empresas ofertaram modelos para serem testados. Estavam o SA80, Steyr AUG e, com a HK, o HK50.

HK50.

Em 1993 os primeiros testes de avaliação foram feitos e não viram grandes problemas. O fato de a HK ter entregado um fuzil de assalto em tão pouco tempo já era uma conquista. O L85A1 foi descartado pelo alto índice de problemas que ele tinha (como era de se esperar). Ficaram no final o HK50 e AUG. Após novos testes o HK50 conseguiu se sobressair ao AUG. O grande problema do AUG era o sistema de gatilho de dupla ação. Ao apertar o gatilho até meio curso, o fuzil disparava em semiautomático. Se apertasse até o final do curso, ele disparava em automático, de tal ordem que não havia seletor de disparo. Isso se mostrou um problema para os alemães porque muitas vezes o soldado disparava automático quando queria semi e vice-versa. Para piorar, o sistema de trava do gatilho se mostrou frágil e inseguro. O HK50 ganhara a concorrência para o próximo fuzil de assalto alemão.

HK50.

 

G36

Em 1995 o HK50 é escolhido como o próximo fuzil de assalto alemão. O nome é alterado também, passando a se chamar G36. Entretanto a produção em série só começa em 1996 por questões contratuais que atrasaram o cronograma. O primeiro país estrangeiro a comprar o G36 foi a Espanha. A compra foi feita em 1998 e adotado oficialmente em 1999, sendo fabricado na Espanha. É uma triste ironia do destino porque a Espanha fez o fuzil CETME que, mais tarde, foi a base para o que a HK surgisse como uma das maiores empresas bélicas do mundo. Passado um tempo, a Espanha não pôde criar um fuzil de assalto 5,56 x 45 mm com qualidade, passando a comprar um fuzil feito na Alemanha, seu antigo cliente.

HK G36 em variadas versões.

O G36 é um fuzil novo com sistemas velhos de outros fuzis. A alavanca de manejo é diferente e funcional. O requisito era uma alavanca ambidestra. Isso seria um desafio porque a alavanca ainda deveria ser solidária ao transportador do ferrolho. A solução foi simples. A alavanca de manejo tem uma extremidade móvel, localizada na parte de cima da caixa da culatra, dentro da armação da mira. Com o dedo, o soldado puxa para o lado esquerdo ou direito, puxando então para trás. Ele pode puxar para o lado esquerdo ou para o lado direito sem a necessidade de pré-posicionar a alavanca antes. Sendo solidária ao transportador do ferrolho, a cada disparo, ela se movimentaria com o transportador do ferrolho. Entretanto, como a alavanca está numa posição abaixo da mira, o soldado não terá nenhuma interferência na mira com o movimento da alavanca.

Para evitar que a alavanca de manejo colida com algum obstáculo, como uma quina de parede ou abrigo, o soldado coloca a ponta da alavanca de manejo dobrada para frente. A cada disparo ela se movimentará sem causar risco nenhum nas laterais. Essa era uma das grandes sacadas da alavanca ambidestra solidária ao ferrolho. A outra grande ideia era a possibilidade de fechar o ferrolho manualmente, como um foward button assistent.

G36 – Note a alavanca de manejo posicionada para frente.

Em sistemas como o blowback desacelerado, esse botão não tinha tanta utilidade, porém com o sistema de ferrolho rotativo a situação era diferente, pois ele tendia a não fechar caso houvesse sujeira dentro. Para tanto, o G36 tem uma função de fechar o ferrolho manualmente. Para isso, há que se puxar a alavanca de manejo para trás, dobrar a ponta da alavanca e empurrá-la para dentro do seu eixo. Isso faz ela travar. Como ela é solidária, travada ao transportador do ferrolho, ao movimentar para frente o soldado poderá fechar manualmente o ferrolho. Já dizia Eugente Stoner, o pai do M16, que se o ferrolho não fecha, é porque algo o bloqueia. Não é seguro fechar um ferrolho com algo o bloqueando, caso contrário, poderá ocorrer um acidente com uma explosão da câmara do cano ou do próprio cano. Aí há que se ver a situação em contexto.

Muitos pensam, erroneamente, que a alavanca de manejo solidária serve para forçar o fechamento do ferrolho. A bem da verdade, a alavanca solidária tem outras finalidades. A de simplificar a produção dessa peça, menos peças móveis, mais simples fica e, assim, mais barato fica produzir e mais rápido se produz o fuzil. Além disso, como tem menos peças móveis em atrito, significa menos atrito entre as peças, o que gera menos desgaste, maior durabilidade da peça e maior confiabilidade do fuzil.

HK G36.

Levando em conta os desenhos do G3 e HK33 de ter a opção do ferrolho ficar aberto após o último disparo, a HK reintroduz esse sistema no G36. Esse dispositivo já havia sido introduzido no G41, porém tal dispositivo está completo agora. Após o último disparo, o ferrolho fica aberto, o que ajuda o soldado a ver que a munição acabou e que não foi uma pane. Para liberar o ferrolho, dentro do guardamato há um pequeno retém ambidestro que libera o ferrolho. Esse retém tem um tamanho pequeno. Ocorre que essa ideia já havia sido usada antes na primeira versão do HK em 5,56 x 45 mm, o modelo T223. Porém, naquele modelo o retém era grande e algumas vezes atrapalhava o soldado caso ele usasse luvas.

O sistema de pistão de curso curto usado no G36 é uma adaptação melhorada do AR-18. No AR-18, um pistão batia no transportador do ferrolho, o fazendo recuar e realizar o mecanismo de disparo. Tinham duas hastes com duas molas em volta. O transportador do ferrolho atuava de forma independente da alavanca de manejo, sendo que não eram solidários. Com o G36, há uma reformulação desse desenho. Agora, existe uma única haste fixa no final da caixa da culatra com uma mola mais resistente em volta. O transportador do ferrolho passa a ser solidário com a alavanca de manejo.

A título comparativo. De cima para baixo, transportador do ferrolho do sistema Stoner 63A, AR18, SA80 e G36.

O cano é raiado ao passo de 1:7. Esse passo é para melhor aproveitamento do calibre 5,56 x 45 mm M855. Isso é algo a se pensar. Com o G41, os alemães usaram um modelo de cano melhor, o poligonal de 6 lados. Ele não tem raias e sim lados que giram para a direita. Esse tipo de cano dá ao projétil um maior alcance, maior estabilidade e maior energia, sem falar que o cano dura mais. Usar um cano convencional quando se tinha um cano melhor é algo questionável. Com o cano poligonal o fuzil pode disparar tanto a munição M193 como a M855 já que as pressões são iguais por todo o cano, não havendo a necessidade de um tipo de passo de raia para cada munição. O cano é flutuante no G36, isso significa que ele não tem nenhuma parte presa diretamente no guardamão, fica diretamente preso e fixo na caixa da culatra. Isso faz com que o tiro seja mais preciso já que não tem ação externa do guardamão.

Embora a Alemanha tentasse seguir a padronização com a OTAN, ela não seguiu esse caminho com o carregador do G36. Os alemães acharam o carregador padrão STANAG um tanto frágil e limitado. Não só por questões de material como de funcionalidade. Eles desenvolvem um carregador próprio usando material sintético transparente. Isso ajudava o soldado a ver a quantidade de munição usada. E não só isso, o carregador era mais resistente e principalmente mais barato de se produzir. Isso faz com que os carregadores do G36 não possam ser usados em fuzis que seguem o padrão STANAG para carregadores. Da mesma forma que os carregadores desse tipo não podem ser usados no G36. Entretanto, o carregador STANAG pode ser usado no G36 com o uso de um adaptador. É curioso que um país membro da OTAN saia do padrão da Aliança.

Visor da mira ótica.

Um dos pontos que mais chama a atenção no G36 é o seu conjunto de miras. O G36 tem ao todo 3 miras. Uma mira ótica de 3x. Em cima dela, há uma mira reflexiva com um ponto vermelho. E, em caso de emergência, há uma mira fixa simples localizada na parte de cima da armação da mira. Para usá-la, há que se retirar a mira reflexiva. Esse conjunto tem as suas vantagens e desvantagens.

A mira reflexiva funciona perfeitamente para a tarefa. Uma mira com alcance de até 100 metros, o que está de ótimo tamanho, pois para distâncias maiores, o próprio ponto vermelho cobriria o alvo. Ela é usada com luz natural, entretanto, em ambientes externos, uma pequena bateria fornece energia para uma iluminação dessa mira. Há a opção do uso da bateria de forma automática por um pequeno sensor de luminosidade. A mira fixa de emergência é graduada até 200 metros. Porém, falamos de uma mira de emergência que não dará a precisão de um fuzil comum porque a distância entre a massa e alça da mira é muito curto, fazendo um efeito de embaçamento da visão do soldado.

Já a mira ótica é graduada de 200, 400, 600 e 800 metros. É uma mira com um retículo completo e simples de ser usado. O soldado tem uma visão clara e nítida do alvo. O conceito de uma mira ótica veio com o G11. Ao empunhar o fuzil, o soldado faria a mira quase que instintivamente. Como a mira ótica estava localizada em uma posição mais alta e na altura do olho do soldado, a aquisição do alvo seria mais rápida, dando ao soldado uma maior prontidão para resposta de tiro. Entretanto, na prática essa mira mostrou alguns problemas.

G36.

O visor da mira ótica tem um diâmetro aceitável. Não é pequeno mas também não é grande. Tendo um diâmetro maior poderia ter uma imagem maior e mais nítida graças à maior quantidade de luz que entra na mira. Já a mira reflexiva tem um diâmetro pequeno, ainda mais se levarmos em conta a distância efetiva de 100 metros, onde o soldado estará mais perto do inimigo. Ele terá de se esforçar mais para fazer a mira em uma lente de menor diâmetro. O problema mor desse grupo de mira é a sujeira. Em situações com água, a água pode acumular nas lentes, tornando a imagem embaçada ou torta. Neve tem o mesmo problema, com a gravidade de ficar presa e às vezes tampar uma das lentes. Com lama, a situação é muito pior.

A lama é mais difícil de retirar da lente e, quando se consegue, as lentes ficam gravemente borradas, a ponto de o soldado ver uma mancha marrom na lente e mais nada. A única forma de solucionar isso é lavando com água.  No calor da batalha isso deve ser terrível e nada fácil. Para o soldado usar a mira fixa de emergência, ele terá de desparafusar a mira reflexiva, ou seja, esse grupo de mira tem que ficar limpo o tempo todo. Isso foi solucionado com os modelos posteriores com o trilho picatinny, onde miras holográficas, reflexivas ou óticas podem ser colocadas e tiradas a qualquer momento. E ainda mais, é permitido o uso de miras fixas tradicionais.

O G36 é um fuzil mais controlável. A massa do transportador do ferrolho e ferrolho são menores e mais leves. Pode parecer estranho, mas quando essas partes são mais leves, menor é a pancada interna a cada disparo, assim, menor é a influência da massa dessas partes ao fuzil. Isso é muito bom em disparos semiautomáticos pois o fuzil fica mais controlável para o soldado. Entretanto, em regime automático, o fuzil tende a ser menos controlável que os demais. Isso se dá porque, o fuzil como um todo, é bem mais leve e, assim, não há absorção maior do recuo. O uso generalizado de plásticos e polímeros tornam o fuzil com maior subida de cano em rajadas curtas ou bursts.

G36. Note o bipode estendido.

Um ponto mal interpretado do fuzil é o peso do gatilho. Ao disparar, tanto em semi, burst ou automático, o peso do gatilho é mais pesado que outros modelos de fuzis de assalto. Muitos, de forma completamente errônea, falam que é um defeito de projeto e que, em tese, prejudicaria o disparo. A bem da verdade, o peso do gatilho é pouca coisa mais pesada que os demais fuzis de assalto, o que não compromete em nada a precisão. Esse gatilho é mais pesado por causa da trava de segurança. O G36 foi feito para aguentar quedas de 2 metros de altura, com a arma carregada e pronta para o disparo. O fuzil, solto a 2 metros em uma superfície lisa e dura, não faz o disparo acidental. Há que se ter uma trava para isso e ela tem que ser dura para segurar a trava no momento do impacto. É por isso que o gatilho é duro. Muitos outros fuzis modernos também tem o gatilho pesado justamente por causa disso.

O G36 tem um sistema de burst de 3 disparos. Para versões de exportações, são oferecidas versões com 2 ou 3 disparos. A inclusão do burst não é de agora, os modelos finais do G3 já o tinham. O HK33 e sua família também tiveram nos seus modelos finais. Assim também tinha o G41. Esse sistema de burst foi uma forte influência do G11 e ficou presente também no G36. Porém, são realidades diferentes. No G11 a alta cadência de disparo permitia uma maior probabilidade de acerto no alvo, por isso o burst era obrigatório. Em fuzis com cadência normal, a dispersão é grande e não se tem o mesmo efeito de aumentar a chance de acertar o alvo, já que a baixa cadência não gera o efeito visto no G11, onde a alta cadência era tão alta que os projéteis tinham uma baixa dispersão.